Inteligência Artificial
24 de Maio de 2023
A Inteligência Artificial foi criada com o objetivo de ajudar tarefas passíveis de serem automatizadas. Com o avançar do tempo, esta tecnologia passou a dar assistência na solução de problemas matemáticos, identificação de padrões e até à condução de automóveis. Em 2022 deu-se um boom do ChatGPT e desde então, foram abertas as portas do conhecimento relativamente ao que é exatamente a Inteligência Artificial, como esta pode suportar os vários problemas do dia-a-dia e quão útil pode ser.
Afinal o que é Inteligência Artificial?
A Inteligência Artificial é habitualmente descrita como uma ciência de computação, que por sua vez cria máquinas inteligentes capazes de realizar tarefas que seriam, por norma, executadas por humanos. Essencialmente, AI é uma área de estudo e desenvolvimento que procura criar sistemas capazes de realizar tarefas que exigiriam, à partida, inteligência humana, como: aprender, raciocinar, perceber e interagir.
A Inteligência Artificial está cada vez mais a tornar-se parte integrante da rotina das mais diversas áreas de negócio.
A aprendizagem de Inteligência Artificial ocorre pelo processamento de grandes volumes de dados não estruturados, cuja manipulação e gestão resultará em dados estruturados, que poderá levar ao encontro de padrões, formulações de previsões e de cenários prováveis para o futuro. Assim, torna-se uma potente tecnologia, cuja finalidade passa também por assegurar informação fidedigna para a tomada de decisões. Naturalmente, à medida que a Inteligência Artificial se torna mais complexa, com processos cada vez mais desenvolvidos, é também necessária uma estreita supervisão humana de toda esta disrupção, já que reforça boas decisões e mitiga a possibilidade de ocorrência das más. Contudo, existem casos em que este processo é concluído pelos próprios sistemas.
Para uma compreensão mais profunda sobre este tema, é essencial distinguirmos esta tecnologia em duas partes. A Inteligência Artificial fraca e a forte. A primeira, refere-se a sistemas que são projetados para executar tarefas específicas e limitadas. Esses sistemas são treinados para desempenhar uma única função ou um conjunto específico de funções, com um desempenho igual ou superior ao humano. Alguns exemplos deste tipo de Inteligência Artificial incluem o reconhecimento de voz, tradução automática, deteção de spam de e-mail e jogos de computador. Por outro lado, a Inteligência Artificial forte é um nível em que um sistema é capaz de igualar ou superar a inteligência humana em praticamente todas as tarefas cognitivas. Assim, seria capaz de entender, raciocinar, aprender e adaptar-se a diferentes contextos de forma muito semelhante ou superior a um ser humano. No entanto, até ao momento, este tipo de inteligência permanece mais como um conceito teórico do que uma realidade prática, pois não há consenso sobre se a mesma é viável ou como poderia ser efetivamente alcançada.
Existem diferentes tipos de Inteligência Artificial?
Existem quatro tipos de Inteligência Artificial distintos. O reativo ou IA reativo, em que são usados algoritmos para otimizar outputs baseados no conjunto de inputs. Temos para tal, o exemplo dos jogos de xadrez, que costuma ser estático, não sendo capaz de aprender ou adaptar a sua resposta, ou seja, irá sempre produzir a mesma solução.
A Inteligência Artificial de memória limitada, que consegue adaptar-se ou realizar um update com base em experiências prévias (novas observações ou novos dados), sendo, contudo, de memória e capacidade limitadas.
O terceiro tipo, IA-Theory-of-mind, é completamente adaptável e tem a habilidade de aprender e reter informação de experiências prévias. Este tipo de inteligência consegue passar o teste de Turing, ou seja, consegue manipular a perceção de uma pessoa, fazendo com que se acredite que esta Inteligência Artificial é proveniente de um ser humano. É importante, porém, referir que apesar de muito avançada, não tem autoconsciência.
E por último, existe a Inteligência Artificial autoconsciente da sua própria existência, embora este tipo de progresso ainda esteja muito no domínio da ficção científica.
Qual o propósito da Inteligência Artificial? E em que áreas pode realmente fazer a diferença?
A essência base de Inteligência Artificial passa pela premissa de que, esta seja capaz de efetuar tarefas mais avançadas, comparativamente àquelas que já executa e que consiga atingir a independência e ultrapassar o ser humano no que toca à capacidade cognitiva, como o processo de decisão e resolução de problemas complexos.
É, neste momento, utilizado em variados setores. Em ambientes corporativos, por exemplo, é possível apoiar os recursos humanos num processo de decisão mais rápido, mitigando eventuais erros, enquanto se otimiza o workflow e a gestão de toda a informação. Na saúde, é possível um diagnóstico mais preciso e de forma antecipada, juntamente com a esperança de que, no futuro, avanços como a cirurgia robótica e o contacto com enfermeiros e médicos virtuais sejam viáveis.
Atualmente, a AI, é utilizada em diversos níveis, com diversas aplicações que podem melhorar os serviços que conhecemos, tornando-os mais eficientes e facilitando o nosso dia-a-dia.
Qual a sua origem?
A Inteligência Artificial, nos seus primórdios, foi criada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) com o desenvolvimento da base do que é hoje conhecido como a computação moderna, com o intuito de ajudar a desencriptar mensagens, cujo progresso acabou por ser determinante para o desfecho do confronto.
Tal feito foi atribuído a Alan Turing, que apesar de não ter usado o termo de Inteligência Artificial propriamente dito, foi quem estabeleceu o conceito, dando início aos avanços da tecnologia até ao ponto como hoje a conhecemos.
O termo pode ser, porém, entregue a Jonh McCarthy, devido à construção de um computador capaz de realizar tarefas que eram anteriormente executadas por humanos, pois requeriam um alto nível de capacidade intelectual, como a aprendizagem percetual, organização de memória e raciocínio crítico.
Apesar de todos os avanços que a nossa Era presencia sobre este conceito totalmente disruptivo, na verdade, a existência da Inteligência Artificial remonta aos tempos mais antigos, marcados pelo pensamento profundo de filósofos gregos.
Será que as máquinas podem pensar?
Este é, efetivamente, um tema complexo chegando até a ser algo filosófico, que tem sido debatido desde há décadas. A capacidade de pensamento das máquinas, de ter consciência e experiência subjetiva, é uma questão em aberto. É um facto que as máquinas não possuem a capacidade de pensar tal como os seres humanos, cujo pensamento é composto pela junção de um lado racional e outro emocional. A Inteligência Artificial atual é baseada em algoritmos e processamento de dados que permitem que as máquinas realizem tarefas específicas de forma eficiente. Contudo, não tem a compreensão e a consciência que os humanos têm. No entanto, a Inteligência Artificial tem avançado significativamente em várias áreas, cujos novos desenvolvimentos têm permitido às máquinas realizar tarefas que outrora eram exclusivas aos seres humanos, tais como: vencer jogos complexos, traduzir idiomas e diagnosticar doenças.
Assim, embora as máquinas sejam capazes de executar tarefas complexas, a questão sobre o seu pensamento ou não, permanece em aberto e é objeto de debate e especulação.
Poderá a Inteligência Artificial substituir a inteligência humana?
Ao contrário dos humanos, as máquinas não possuem inteligência emocional e por isso, sem esta capacidade, os sistemas, por muito avançados que sejam, não podem substituir a intervenção humana, por falta de características inerentes à sua existência, como a intuição e a empatia.
A Inteligência Artificial tem como base um comportamento analítico, desprovido de qualquer tipo de emoção e originalidade na procura e ponderação de cenários alternativos. Foi, assim, desenvolvida para realizar tarefas com a maior precisão possível, sem erros. Da mesma forma, não encontra caminhos alternativos, apenas aquele que lhe permite cumprir a função da maneira mais eficiente.
A criatividade humana, continua a ser um dos atributos que mais nos destaca. Por consequência e como sintoma de tal característica, a curiosidade humana é o elemento que ainda não consegue ser replicado ou recriado por máquinas.
Quais são as verdadeiras vantagens da Inteligência Artificial?
A Inteligência Artificial oferece inúmeras vantagens e poderá, por isso, ser decisiva em diversas áreas, entre as quais:
Automatização e eficiência
A IA permite automatizar tarefas repetitivas ou de baixo valor agregado. Na prática, significa que os seres humanos estão mais predispostos para se concentrarem em atividades mais complexas e criativas, onde uma intervenção humana poderá realmente fazer a diferença.
Tomada de decisão
A Inteligência Artificial pode analisar grandes volumes de dados, entre os quais identificar padrões, tendências e insights que podem ser difíceis de serem reconhecidos pelos seres humanos. Poderá, por isso, ser um fator chave no auxílio para a tomada de decisões informadas e estratégicas em diversos setores de negócio.
Personalização
Com base em algoritmos, a Inteligência Artificial torna possível analisar o comportamento, as preferências e as características individuais para fornecer recomendações e experiências personalizadas. Tal característica é amplamente utilizada em plataformas de streaming de música, vídeo, comércio eletrónico e outros.
Diagnóstico médico
Uma das maiores disrupções alcançadas pela IA foi, e continua a ser, o seu potencial para o diagnóstico precoce de doenças, analisar exames médicos, identificar padrões em dados e sugerir tratamentos. Com isto, é possível uma maior precisão dos diagnósticos, acelerar o tempo de resposta e aumentar a eficiência nos cuidados de saúde necessários.
Melhoria da segurança
Esta tecnologia também pode ser utilizada para identificar ameaças de segurança cibernética e, por isso, identificar e prevenir possíveis ataques aos sistemas e melhorar a segurança geral das infraestruturas.
Assistência virtual
Os assistentes virtuais baseados em Inteligência Artificial podem interagir com utilizadores de forma natural, fornecendo suporte, respondendo a perguntas, ajudando na navegação e, em geral, melhorando toda a experiência do cliente.
Meio ambiente
O meio ambiente é uma das principais preocupações da nossa Era e é uma área onde também a Inteligência Artificial pode fazer a diferença. Poderá assim possibilitar um caminho para a eficiência energética, a monitorização ambiental, a agricultura inteligente, a previsão e a mitigação de desastres naturais, entre outros. Tem, assim, um papel ativo na contribuição para a redução do consumo de energia, a conservação ambiental e a sustentabilidade do nosso planeta.
Que desafios pode a Inteligência Artificial representa e enfrenta no futuro?
Nenhum progresso na história, seja ele mais ou menos tecnológico, aconteceu sem que existissem algumas desvantagens. A Inteligência Artificial não é diferente.
Apesar dos seus tantos benefícios, também apresenta alguns desafios, sobre os quais devemos estar conscientes tanto para o presente como para o futuro. Se por um lado, o tema da reestruturação dos espaços de trabalho está presente entre as discussões sobre esta área, especulando sobre o potencial fenómeno de desemprego que a automação poderá causar, por outro, as preocupações com a privacidade e a segurança, a falta de transparência e a dependência excessiva, ganham também relevo e servem de pontos de partida para estudos e debates sobre esta inovadora área.
É inegável que testemunhamos apenas o começo de uma fase transformadora, repleta de oportunidades e desafios, que moldará o futuro e redefinirá os limites do que é ou não possível, ampliando a nossa criatividade e conhecimento, possibilitando uma nova fase de descobertas e conquistas humanas.
No binómio homem e máquina, a Inteligência Artificial promete abrir caminhos para uma colaboração em sinergia, onde a mente humana se une à capacidade computacional da máquina, desvendando um futuro de inovação e progresso nunca imaginados.
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